
Neste artigo, temos a honra de trazer um depoimento técnico, mas que retrata também o sentimento de quem vive e faz o dia-a-dia da Engeman!
Vamos conhecer um pouco mais sobre o colaborador Robson Firmino, ele atua na Engeman há 9 anos, onde iniciou sua trajetória na indústria offshore como Auxiliar de Limpeza Industrial, foi promovido à Jatista, posteriormente tornou-se Mecânico onde atuou por alguns anos. Após adquirir formação técnica e experiência na área, passou a ocupar o cargo de Técnico mecânico e atualmente é Inspetor Mecânico com qualificação IRATA N1.

No relato abaixo, ele nos contou um pouco dos desafios superados com foco na Segurança e Planejamento adequado das tarefas.
Em janeiro de 2017, a Engeman iniciava um contrato onde passaria a ser responsável pela manutenção, conservação e substituição dos cabos de aço de cerca de 40 guindastes offshore em 15 plataformas na Bacia de Campos. Quando recebi a notícia que eu faria parte do time responsável por estas atividades, confesso que fiquei um pouco assustado, mas a Engeman estava depositando confiança em mim, e isso de certa forma me inspirou, então abracei aquela oportunidade, estudando cada passo a ser dado nestas operações.
No caso dos guindastes offshore, a Engeman teve como objetivo se antecipar na manutenção preventiva dos cabos de aço, pois estes estão sujeitos a condições severas de uso devido as plataformas de petróleo dependerem diretamente dos guindastes para toda logística da unidade, desde a alimentação que chega através de contêineres por embarcações, à transporte e movimentação de materiais e ferramentas por toda plataforma, são movimentações de quilos à toneladas durante todo o dia, ou seja, os guindastes não tem “descanso”. Com isso, somado às condições adversas de tempo com chuva, sol, calor, frio e maresias, é de fundamental importância a verificação periódica dos cabos de aço, já que o seu rompimento durante uma movimentação de cargas causaria um enorme prejuízo material além de poder provocar fatalidades.
Nos últimos 5 anos participei do planejamento e execução de substituições em cabos nos guindastes Tema Terra, Liebherr, Aker, American e Stalprodukter, neste último por exemplo, instalamos em lanças um cabo de aço galvanizado do tipo 8×26 (número de pernas e arames), construção Warrington-Seale, alma de aço formada por cabo independente com revestimento de polímero, torção regular à direta, resistente a rotação, 30 mm de diâmetro, 392 metros de cumprimento com categoria de resistência EIPS (Extra Improved Plow Steel), lubrificado com graxa Lubrax Clay – ADS no momento da instalação, verificando a correta ancoragem dos terminais e o número de voltas mínimas do cabo de aço no guincho de elevação da lança com o guindaste no seu limite inferior de trabalho. Essa substituição teve como causa o número de arames rompidos em um passo, mas também realizamos, ao longo desse tempo, trocas devido a ondulações, amassamentos, dobras, “gaiolas de passarinhos” ou simplesmente retirados como manutenção preventiva para inspeções eletromagnéticas, onde neste caso os possíveis danos não visíveis a olho nu, são identificados através de equipamentos adequados.
Apesar de ser tratar de um serviço de risco, juntamente com as equipes de movimentação de carga de bordo, instalamos 128 cabos de aço em guindastes offshore, com mais de 30.000 horas/homem de exposição ao risco, sem nenhuma ocorrência de acidente ou incidente. A cada planejamento para uma inspeção e substituição do cabo, surgiam novos desafios, a cada desafio novas ideias foram discutidas, e estas ideias foram recebidas e aplicadas com sucesso por toda equipe Engeman.
Conheça um pouco mais sobre os Cabos de Aço e sua aplicações no ambiente Offshore:

O cabo de aço tem como matéria-prima o arame, que passa por um processo de estiramento, chamado de trefilação.
A construção de um cabo de aço se baseia na quantidade de seus componentes e na maneira como os arames estão distribuídos nesses componentes.
Os elementos externos são chamados de pernas, e o elemento interno, de alma. As pernas são formadas por arames de aço, enquanto a alma pode ser de arames de aço, bem como de algum tipo de fibra natural ou sintética.
A construção 6×7+AA, por exemplo, é desenvolvida com seis pernas, sendo que cada uma é formada por sete arames. A abreviação “AA” quer dizer que a alma é de aço, produzida também com a mesma quantidade de arames de uma das pernas.
Algumas construções padronizadas são conhecidas por seus nomes característicos, como Seale, Filler e Warrington.
Quanto mais pernas e quanto mais fios tem um cabo de aço, mais flexível ele é e vice-versa. Dependendo da situação, o cabo de aço precisa ser rígido. Em outras situações, é recomendado um cabo de aço mais flexível. O importante é seguir as recomendações e as normas indicadas para cada tipo de projeto.
No caso das aplicações offshore, além das composições já citadas, existem diâmetros variados, classes de resistência e tipos de materiais específicos para cada modelo de guindaste, além de serem aplicados em guinchos, turcos, baleeiras, botes de resgate, entre outros.